terça-feira, 14 de agosto de 2007

NINGUÉM MUDA NINGUÉM












"Esse é apenas um blog recheado de carinho
para suportar as reviravoltas da vida.
Retrato do encontro de dois mundos totalmente opostos.
Eclipses da vida. Ou se preferir simplesmente a história
de um grande amor.
Um presente simples, para alguém tão especial na minha vida."


"Aqui segue uma mensagem sobre a vida
que espero ajude a iluminar mais o dia de vocês...


" Ninguém muda ninguém; ninguém muda sozinho;
nós mudamos nos encontros".

Simples, mas profundo, preciso.
É nos relacionamentos que nos transformamos.
Howard Hendricks disse que os dois fatores que
mais nos influenciam e nos transformam são os livros que lemos,
e as pessoas com as quais convivemos.
Hoje, vou ficar com o segundo fator.

Pois bem.
Esses pensamentos acima saltaram imediatamente
à minha mente, quando tive uma prova concreta
do quanto somos transformados,
do quanto podemos aprender a partir dos encontros,
desde que estejamos abertos e livres para sermos
impactados pela idéia e sentimento do outro.

Foi num dos encontros que a vida nos proporciona,
ou que nós nos permitimos experimentar, e que conto a seguir.
Estava , conversando com um médico, pensador e agora escritor.
Ao longo da conversa caímos no assunto relacionamentos humanos.
Ele me sugeriu uma analogia extremamente reveladora.
Ora, como toda analogia, ela ajuda a ilustrar uma faceta
ou perspectiva de uma idéia.
Lógico que analogia nenhuma desenha todo o quadro,
toda a cena - se é que exista um único quadro.
O fato é que ele me fez a seguinte provocação:
" Você já viu a diferença que há entre as pedras
que estão na nascente de um rio, e as pedras que estão em sua foz?

Eu disse que não, e ele me explicou.

"As pedras na nascente são toscas, pontiguadas,
cheias de arestas. À proporção que elas vão sendo
carregadas pelo rio, sofrendo a ação da água e se atritando
com as outras pedras, ao longo de muitos anos,
elas vão sendo polidas, desbastadas.
As arestas vão sumindo. Elas ficam mais orgânicas,
menos toscas, mais suaves, lisas, e o melhor
vão ficando cada vez mais parecidas com as outras,
sem necessariamente serem iguais.
Quanto mais longo o curso do rio, mais evidente é o fenômeno.

Depois disso, ele fechou a idéia.
É a mesma coisa com as nossas vidas.
Se nos permitimos estar em contato com as pessoas,
sendo conduzidos pelo rio da vida, vamos,
no "atrito positivo" (contato) com o próximo,
eliminando arestas, desbastando diferenças,
parecendo-se e harmonizando-se mais uns com os outros,
sem necessariamente perdermos nossa identidade.
"Pensei bem, e vi que se trata de uma verdade".

Não nego que alguns desses contatos e atritos
nos deixam marcas, tiram lascas de nós.
Mas mostre um coração sem marcas
e lhe mostro um coração que não amou, que não viveu.
Um coração que não chorou, nem sentiu dor.
Um coração sem sentimentos.
E sentimentos são o tempero de nossa existência.
Sem eles, a vida seria monótona, árida.
O fato é que não existem sentimentos, bons ou ruins,
sem a existência do outro, sem o seu contato.
Passar pela vida sem se permitir o contato próximo com o outro,
é não crescer, não evoluir, não se transformar.
É começar e terminar a existência com uma forma tosca,
pontiaguda, amorfa.

Quando olho para trás, vejo que hoje carrego
em meu ser várias marcas de pessoas extremamente importantes.
Pessoas que, no contato com elas,
me permitiram ir dando forma ao que sou,
eliminando arestas, transformando-me em alguém melhor,
mais suave, mais harmônico, mais integrado.
Outras, sem dúvida, com suas ações e palavras
me criaram novas arestas, que precisaram ser desbastadas.
São reveses momentâneos.Servem para o crescimento.
A isso chamamos experiência. Penso que exista algo mais profundo ainda nessa análise.

Começamos a jornada da vida como grandes pedras,
cheias de excessos.
Os seres de grande valor,
percebem que ao final da vida foram perdendo
todo os excessos que formavam suas arestas,
se aproximando cada vez mais de sua essência,
e ficando cada vez menores, menores, menores.
Quando finalmente aceitamos que somos pequenos,
infimos, dada a compreensão da existência
e importância do outro, e principalmente da grandeza de Deus,
é que finalmente nos tornamos grandes em valor.

Já viu o tamanho do diamante?

Sabes quanto se tira de excesso para chegar ao seu âmago.
É lá que está o verdadeiro valor.
Pois Deus fez a cada um de nós com um âmago
bem forte e muito parecido,
constituído de muitos elementos,
mas essencialmente de amor.
Deus deu a cada um de nós essa capacidade, a de amar.
Mas temos que aprender como.
Para chegarmos a esse âmago, temos que nos permitir,
através dos relacionamentos,
ir desbastando todos os excessos que nos impedem
de usá-lo, de fazê-lo brilhar.
Por muito tempo em minha vida acreditei
que amar significava evitar sentimentos ruins.

Não entendia que ferir e ser ferido, ter e provocar raiva,
ignorar e ser ignorado, fazem parte da construção
e do aprendizado do amor.
Não compreendia que se aprende a amar sentido-os
e superando-os. Ora, esses sentimentos simplesmente
não ocorrem se não houver envolvimento.
E envolvimento gera atrito.

Minha palavra final "atrite-se".
Não existe outra forma de descobrir o amor.
E sem ele a vida não tem significado.
Se você acha que não, veja as palavras do apóstolo Paulo
"Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos,
e não tivesse amor, seria como o metal que soa
ou como o sino que tine. E ainda que tivesse o dom de profecia,
e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência,
e ainda que tivesse toda a fé, de maneira
tal que transportasse os montes, e não tivesse amor, nada seria.
E ainda que distribuísse toda a minha fortuna para
sustento dos pobres, e ainda que entregasse
o meu corpo para ser queimado, e não tivesse amor,
nada disso me aproveitaria." (1 Co 13:1-3)
Atrite-se, desbaste-se, descubra-se... AME

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