quinta-feira, 29 de maio de 2008

NO PALCO DA VIDA


"Esse é apenas um blog recheado de carinho
para suportar as reviravoltas da vida.
Retrato do encontro de dois mundos totalmente opostos.
Eclipses da vida. Ou se preferir simplesmente a história
de um grande amor.
Um presente simples, para alguém tão especial na minha vida."

Os holofotes são ligados, anunciando um espetáculo eminente...Lentamente a cortina de veludo vermelho são erguida, revelando sapatilhas gastas e meias listradas em preto e branco um pouco esburacadas.

O cabelo castanho escuro estava preso em um coque delicado acima da cabeça, fixo por um pente de brilhantes. O corpete justo e sensualmente decotado protegia seu corpo esguio como se fosse uma armadura. Trabalhadas luvas de renda da mesma cor de suas meias cobriam seu antebraço por completo.

A boneca vestida de bailarina permanecia estática com seus olhos verdes fixados em um ponto inexistente. A pele estava pálida com as bochechas levemente rosadas em função da maquiagem pesada que mostrava um sorriso doce, delineado pelo batom vermelho, mas não era assim que ela sorria por baixo daquela máscara.

Aos poucos a música do acordeon ecoou timidamente pelo teatro decadente da sua mente, permitindo a ela iniciar sua apresentação. Enquanto deslizava pelo palco com passos leves e precisos, levantava uma esparsa bruma feita de poeira e lembranças atrás de si. Respirou fundo e executou o fouettés com perfeição, seguido de algumas piruetas e movimentos ousados, que bailarina alguma no mundo conseguiria fazer. Colocou-se em um extremo do palco e após dois giros criou asas de borboleta, possibilitando um pequenino vôo sobre a madeira destruída pelo tempo, encerrando com um espacate, após um delicado pouso.

Levantou devagar e curvou-se graciosamente para o público com uma mão as costas e a outra erguida levemente à frente. Ouvia calorosos aplausos, mas se prestasse mais atenção, perceberia que não era nada além do que rangidos de agonia sendo murmurados pela estrutura condenada. Sentou-se a beira do palco com as pernas cruzadas, permitindo que algumas lágrimas se fundissem ao pó das sapatilhas. A maquiagem negra dos seus olhos derretia juntamente ao suor que escorria lentamente pelo pescoço, sumindo por dentro do decote, enquanto outras gotas pingavam em cadência irregular.

A platéia se resumia a uma única pessoa, que nada mais era, senão você mesma, estava sentada na primeira fila, pousando olhos de julgamento sobre o semblante ofegante da moça. Deixou a cabeça pender levemente para frente, tentando esconder sua vergonha aparente que não era mais ocultada pela máscara. Ajeitou com os dedos as mechas que se desprenderam do seu penteado enquanto executou sua impecável dança.

Respirou fundo e deu as costas para a multidão de fantasmas da sua memória assim que se pôs de pé e arrastou as sapatilhas cansadas para fora do palco. Um a um os holofotes foram apagando enquanto a cortina era baixada com cuidado, permitindo a escuridão tomar conta do lugar que ela enchera de luz há tempos atrás.

Dirigiu-se para o seu camarim, deixando a mão tocar as paredes do corredor escuro e estreito, por onde a luz entrava apenas por pequenas fendas no teto. Cada facho de luz que cruzava, seu semblante se transmutava para uma expressão vaga e sem vida. Caminhou até chegar em uma porta que tinha seu nome escrito em uma placa e a tinta já descascando. A mão magra girou lentamente a maçaneta enferrujada e empurrou a porta vagarosamente para permitir sua entrada.

Uma vez dentro tocou o interruptor com os dedos e comprimiu seus olhos levemente ao sentir toda a luz afagar-lhe os olhos. Sentou a frente do espelho evitando encarar a si própria, enquanto pegava um lenço de dentro da gaveta. Fitou o bordado daquele lenço branco com algum pesar e esfregou-o em seu rosto cuidadosamente para retirar tudo o que escondia sua verdadeira face. Ao afastá-lo, viu aquele sorriso doce estampado no pano, juntamente com as lágrimas negras que escorriam pelo seu rosto ao final do evento.

Os olhos verdes encontraram-se no espelho, juntamente com a face amargurada e abandonada pelo tempo. Respirou fundo, limpando o busto com o lenço e logo depois o pescoço. Retirou um pequeno estojo de maquiagem da gaveta abaixo da qual pegara o lenço e colocou-o em cima da mesa. Esboçou um sorriso e começou a se maquiar, para fixá-lo logo no rosto.

Anunciavam seu nome junto ao palco e logo outra apresentação começaria. Outro espetáculo é apenas mais um dia na sua vida, em que precisaria fingir ser feliz para as outras pessoas.

Fecho os meus olhos para sonhar com um anjo e a única imagem que me vem a cabeça é a tua... Oh meu anjo... Essa distância que nos separa, um problema por hora apenas... Pois meu amor por ti, atravessarei oceanos e continentes, apenas para ouvir a tua respiração... Ver teu rosto angelical pela primeira vez... Não deixarei que a água nos separe...

Estou disposto, a quebrar todas as barreiras para pregar meus lábios nos teus... E mesmo que estes contenha o mais mortal dos venenos... Eu os beijaria e morreria feliz, apenas para descobrir o sabor de um beijo Teu...

Por muitas vezes rabiscava o papel incessantemente com algumas frases soltas...Qualquer um que pusesse as mãos, com certeza me chamaria de louco, mas tudo tinha um sentido para mim, mesmo que permaneçam desconhecidos para o mundo...

Levanto-me da cadeira feita em ébano antigo que rangia a cada movimento... Abandono o lápis sobre o monte de papel e ando cuidadosamente para fora do quarto, evitando pisar em qualquer um dos meus rabiscos que estão espalhados pelo chão...

Pensando em tudo que havia rabiscado há pouco, vou indo para o jardim que no momento esta coberto por um fino orvalho, observo o céu que se abre, revelando uma bela manhã que estava por vir, enquanto arrasto as velhas pantufas com orelhas de coelho caminhando através da grama úmida, fecho o roupão para me proteger da brisa fria que sopra e continuo a contar mais uma vez os segundos.... Me deparo com uma soma de 94.608.00 segundos contados... Nossa estes segundos juntos são 3 anos que estou envolvido e a cada segundo que passa sinto-me mais apaixonado...

Suspiro longamente por não concordar em ficar tanto tempo assim longe de você e começo a fazer o caminho de volta ao meu quarto, pois não posso me deixar vencer...

Sento sobre o assoalho frio, observo os rabiscos que estão a frente de meus olhos, uma a uma vou olhando procurando as mais belas palavras para serem postatas hoje em comemoração a este segundos todos...

Leio vagarosamente os rabiscos diversas vezes, como se precisasse disso.... Sei cada frase de cor, os nomes, as datas, tudo esta escrito no meu coração...

E como a bailarina fingimos ser feliz para as pessoas que estão a nossa volta, pois só nós dois sabemos o quando esta sendo duro suportar a falta um do outro, eu sei que vamos conseguir vencer, pois já somos a metade um do outro e mais algumas apresentações para o mundo já poderemos sorrir como sempre desejamos...

E pela primeira vez vou poder sentir o calor do seu corpo junto ao meu ...Pois neste dia não vamos querer refletores nem platéia a nos assistir ... E hoje, não faço apenas a mesma pergunta que fiz a 94.608.00 segundos atrás, mais sim estas:

Quer...Ser minha Eterna Namorada???

Quer... Ser Minha Esposa e Amante???

Quer ... Ser minha Companheira e Amiga ???

Quer... Ser Meus Sentidos e Minha Alma ???

Quer... Ser A Metade do meu Limão???

Parabéns Miúda dos Olhos Meus..Amo Você!!

A todos um lindo dia e especialmente a você minha Portuguesinha linda...

Música: Dois Loucos Enamorados / Alexandre Pires.
Site: Malukinha Midis