sexta-feira, 18 de janeiro de 2008

VIOLINOS NÃO ENVELHECEM

"Esse é apenas um blog recheado de carinho
para suportar as reviravoltas da vida.
Retrato do encontro de dois mundos totalmente opostos.
Eclipses da vida. Ou se preferir simplesmente a história
de um grande amor.
Um presente simples, para alguém tão especial na minha vida."


VIOLINOS NÃO ENVELHECEM

Eu a escrevi faz muito tempo - uma estória de amor. Quem a leu, eu sei, não se esqueceu.

Por razão do dito pela Adélia: " o que a memória ama fica eterno". História de amor não inventada, acontecida, tão comovente quanto Romeu e Julieta, Abelardo e Heloísa. O que fiz foi só registrar o acontecido. Preciso contá-la de novo, para benefício daqueles que não a leram pela primeira vez, e a fim de acrescentar um final novo, inesperado, acontecido depois. A testemunha que me relatou o sucedido foi sobrinho, médico-músico, pessoa querida e bonita.

Atrasou-se para um compromisso na minha casa, chegou três horas depois, explicando que havia ido ao velório de um tio de 81 anos de idade que morrera de amor. Parece que seu velho corpo não suportara a intensidade da felicidade tardia, e os seus músculos não deram conta do jovem que, repentinamente, dele se apossara.

O amor surgira no tempo em que ele é mais puro: a adolescência. Mas naqueles tempos havia uma outra Aids, chamada tuberculose, que se comprazia em atacar as pessoas bonitas, os artistas, os apaixonados - esses eram os grupos de risco. Pois ela, a tuberculose, invejosa da felicidade dos dois, alojou-se nos pulmões do moço, que teve de ir em busca de ar puro, no alto das montanhas, sanatório, tal como Thomas Mann descreve em seu livro - A montanha mágica. Quem ia para tais lugares despedia-se com um "adeus", um olhar de "nunca mais". Na melhor das hipóteses, muitos anos haveriam de passar antes do reencontro. Imagino o sofrimento da jovem dividida: o corpo, naquela casa, a alma por longe terra!

Na vida daquela menina, que surda, perdida guerra... (Cecília Meireles). Valeram mais os prudentes conselhos da mãe e do pai: não trocar o certo pelo duvidoso. Vale mais um negociante vivo que um tuberculoso morto. E aconteceu com ela o que aconteceu com a Firmina Dazza, que de longe e às escondidas namorava o Fiorentino Ariza, na estória de Gabriel García Márquez, Amor nos tempos do cólera, que foi obrigada pelo pai a se casar com o doutor Urbino: não se troca um médico por um escriturário. Casou e com ele ficou até que, depois de 51 anos, veio a libertação... Ela casou. Ele casou. Nunca mais se viram. Quando ele tinha 76 anos, ficou viúvo. Quando ela tinha 76 anos (ele tinha 79), ela ficou viúva. E ficou sabendo que ele estava vivo. A curiosidade e a saudade foram fortes demais. Foi procurá-lo. Encontraram-se. E, de repente, eram namorados adolescentes de novo.

Resolveram casar-se. Os filhos protestaram. Eles, os filhos, todos os filhos, não suportam a idéia de que os velhos também têm sexo. Especialmente os pais. Pais velhos devem ser fofos, devem saber contar estórias, devem tomar conta dos netos. Mas velho apaixonado é coisa ridícula. Não combina. Mais detalhes no livro da Simone de Beauvoir sobre a velhice. E houve também aquela estória do programa Você decide: o velho pai, infeliz a vida inteira com a esposa, encontra uma mulher por quem se apaixona.

A pergunta: ele deve ou não deve deixar a esposa para viver o novo amor? Você decide... A decisão do público - os filhos, evidentemente: "Não, ele não deve viver o novo amor..." Os filhos sempre decidem contra o amor dos pais. Mas, na nossa estória, os dois velhos deram uma solene banana para os filhos e foram viver juntos em Poços de Caldas. Viveram um ano de amor maravilhoso, e ele até começou a escrever poesia e voltou a tocar o violino que ficara por mais de 50 anos sobre um guarda roupa, porque a esposa não gostava de música de violino. Confessou ao sobrinho: "Se Deus me der dois anos de vida com esta mulher, minha vida terá valido a pena..." Bem que Deus quis. Mas o corpo não deixou. Morreu de amor, como temia o Vinícius. Achei a estória tão bonita que a transformei numa crônica a que dei um título inspirado nas Sagradas Escrituras: "... e os velhos se apaixonarão de novo".

Começa aqui o novo final para a estória. Passaram-se semanas. Eram dez horas. Eu estava trabalhando no meu escritório. O telefone tocou. Voz aveludada de mulher do outro lado. - É o professor Rubem Alves? - Sim, respondi secamente. Eu sou sempre seco ao telefone.

- Quero agradecer a belíssima crônica que o senhor escreveu com o título: " ...e os velhos se apaixonarão de novo". O senhor já deve ter adivinhado quem está falando....

- Não, respondi. Por vezes eu sou meio burro. Aí ela se revelou: - Sou a viúva.

Foi o início de uma deliciosa conversa de mais de 40 minutos, interurbano, em que ela contou detalhes que eu desconhecia. O medo que ela teve quando ele resolveu mandar consertar o violino! Ela temia que os dedos dele já estivessem duros demais...

Ah! Que metáfora fascinante para um psicanalista sensível! Sim, sim! Nem os violinos ficam velhos demais, nem os dedos ficam impotentes para produzir música! E aí foi contando, contando, revivendo, sorrindo, chorando - tanta alegria, tanta saudade, uma eternidade inteira num grão de areia... Ao terminar, ela fez esta observação maravilhosa: - Pois é, professor. Na idade da gente, a gente não mexe muito com sexo. A gente vive de ternura!

Rubem Alves, do livro: Sobre o tempo e a "eterna idade".

Emocionado com está linda história do Rubem Alves
aproveito para deixar umas palavras abaixo.


Se você não tem mesmo certeza se é amor o que está sentindo, não se preocupe. A melhor coisa sobre o amor é sua constante incerteza. Um dia você está segura, saibe exatamente o que está se passando com você, então numa semana inteira de angústia, sua certeza desaparece e você não tem mais certeza de nada.

Um dos grandes mitos que nos engana muito, é como saber quando o amor verdadeiro chega; outro é, se não sentimos aquela descarga elétrica que nos tira a respiração, então não é amor; e um terceiro é a existência da "Pessoa Certa".

E nada disso é verdade...

Namorar é muito divertido, mas eu descobri que para muitos casais o namoro é uma fonte de angústia, por causa do medo da rejeição e da solidão.

O mito do "Amor Romântico" é o que causa mais sofrimento, pois hoje em dia ninguém demonstra o romantismo que tem dentro de si, para não se tornar uma pessoa "careta", e é essa expectativa do amor romântico que deixa as pessoas solitárias e inseguras. O mais interessante é que somos nós mesmos os responsáveis pela manutenção desse mito, somos nós que damos a expectativa que o mesmo terá.

E ninguém tinha me dito que eu passaria o tempo avaliando as diferenças que me separavam da pessoa que talvez eu estivesse amando. Ficamos todo o tempo tentando descobrir qual é a natureza do amor verdadeiro, isto machuca as pessoas e aumenta as dúvidas a respeito dos sentimentos dedicados a ela. Muita gente pensa: se tivesse encontrado a pessoa realmente certa, não estaria em conflito com ela o tempo todo. Só que chega um dia e você acha está pessoa e ainda mesmo assim fica na duvida se está pessoa é o seu amor mesmo.

Hoje eu posso dizer que sei o que é o amor, no meu próprio amor que tenho por você, sou feliz, carrego meu coração, como símbolo do meu amor, quero gritar bem alto para que todos ouçam que eu amo. Quero que todos saibam que meu sorriso é fruto do meu amor. Guardo meu amor a sete chaves para ninguém rouba-lo, temo perde-lo para sempre.... O amor que cultivo em meu peito, será que criou raízes? Acho que sim pois ele é tão forte a ponto de quebrar o vaso se tentar arranca-lo de mim! Sinto que seria impossível um outro amor assim.

Meu coração não se engana, sabe quem ama e segue uma nova luta de conquista, uma nova luta de quem já passou por ela nunca mais quer tentar, eu sei que o nosso amor não é nada fácil, as lagrimas que agora percorrem a minha face que sempre sorridente não deixaram caír, à não ser de felicidade em está com o amor, umedecem o rosto, cortam e queimam como gotas de fogo.

As dores, ah, as dores sim, como explicar as dores que sinto em meu peito, como é possível doer na carne um sentimento? Mas acontece e muito forte e freqüentemente, dói tanto que levo as mãos ao peito pressionando e me curvo pra tentar amenizar a dor, que insiste em ficar, e piora.

Essas dores que parecem agulhas sinto que facas entram e saem do meu peito, facas sem cortes, e a falta de ar que me consome, quanta dor e sofrimento, será que só eu sinto? Meu coração não pode ser o único! Será que ele é de brinquedo ? Não acho que não! Sei que brinco com ele há trinta e seis anos, nunca se quebrou desta maneira.

Que sensação esquisita essa, o homem não só morre por armas e violência, morre por amar, seu corpo apesar de não padecer, fica sem vida sem cor. Amo para ser amado.

Fecho meus olhos e vejo sua face vindo em minha direção... me envolvendo em seus braços, me dando conforto. Como eles acho que não acharei igual, um que venha a me conforta tanto.... seca as lagrimas em um segundo, e me aquece do frio.

Quero me sentir sendo embalado e cair em um mundo de sonhos.
Como eu "Te Amo" sei que o amor verdadeiro é único e que suporta tudo, se apóia na esperança que se perpetua até o fim da vida, podem me chamar de quadrado ou de maluco ou até mesmo doido, prefiro ser assim e ter este amor em meu peito do que está seco por dentro, pois é você que alimenta o meu corpo!!!

A todos um fim de semana com muita paz e amor em vossos corações...

Música: Caravansary / Kitaro
Do site de midi "Letras Azuis".